Um pouco de Newton, um pouco de Jazz: um convite ao movimento

Artigo publicado em: Oct 22, 2023
Um pouco de Newton, um pouco de Jazz: um convite ao movimento
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Por Gabu Dutra

 

Movimento. Lembro que era o único assunto que me interessava naquelas aulas de física no ensino médio. Como sempre gostei só de assuntos relacionados à literatura, artes, geografia e história, assistir às aulas em que nos ensinavam sobre mamíferos, tabela periódica, números e fórmulas não tinha nenhum efeito sobre mim - além de me deixar com sono.

 

Não me lembro qual foi o dia e nem o ano, mas lembro do momento em que o professor Serginho começou aquela parte do conteúdo sobre movimento. Fiquei envolvida. E incomodada. Envolvida, porque saber que existe uma tendência em qualquer objeto a se manter no mesmo estado, seja ele repouso ou movimento, me fazia refletir sobre essa tal inércia - e não me dava sono; incomodada, porque não entendia porque é que as pessoas têm a necessidade de colocar regras em tudo. “Por que Newton resolveu transformar esse assunto super interessante em fórmulas e leis? Eu odeio física!”.

 
 

No fim do terceiro ano, um amigo me indicou um livro, sem a menor ideia de que mudaria a minha vida. “On the road é um clássico da geração beat”, ele disse. Eu não sabia o que era geração beat. Ainda assim, o li - mas parecia que ouvia. Aquelas palavras inspiradas pelo ritmo do jazz, que se difundia no momento em que o livro foi escrito nos Estados Unidos, tocavam sem parar na minha cabeça enquanto lia. A intensidade.

 

Jack Kerouac, o autor de On the road, viajou por quatro anos pedindo carona e, após a viagem, durante três semanas, escreveu um livro contando a sua odisseia. Nas páginas, não havia nenhuma preocupação com vírgulas e pontos. Ele escreveu com a intenção de que a suas palavras soassem como ritmo do jazz. Doo-bop-a-doo! Naquelas páginas, descobri que era possível não pertencer a lugar nenhum. Bop-bop-bop! Decidi que,algum dia, eu iria viver em movimento, como ele viveu. Bebop!

 
 

Talvez tenha sido Kerouac quem me fez entender porque as leis de Newton me incomodavam. Viver em movimento deveria ser algo simples de ser feito. Deveria sercomo ouvir jazz, como viajar sem planos, ou como escrever.

 
Afinal, movimento é uma ferramenta para a felicidade,certo? E é por isso que, hoje, viajo. Que me movimento. Eque vivo de mochila. Como Kerouac viveu.
 

Mais de dez anos depois de ter me incomodado com Newton nas aulas do ensino médio, e depois de ter transformado a minha vida em uma sequência de desafios à lei da física, percebo que sempre houve uma relação entre geografia, história, física, filosofia e sentimentos. E, em alguma alusão as aulas de filosofia, ouso alterar a máxima de Decartes e dizer: me movimento, logo, existo. Bebop!

 

Como ambos gostamos de movimento, a Allcatrazes e eu nos unimos paracocriarmos um projeto juntos. Fique de olho: em breve, contaremos mais sobre :)

 
 

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