Ainda me lembro da primeira vez que fui à Ilha do Francês, saindo da também Ilha de Florianópolis, mais especificamente da praia de Canavieiras. Eu era bem pequena, devia ter uns 6 anos, em uma viagem à trabalho com meu pai, que sempre incentivou muito minha conexão com o mar, me convidou para ir até a ilha de caiaque. Sempre confiei muito nele e adorava ser parceira de suas aventuras, então de cara aceitei. Saindo para a nossa aventura, me sentei na parte da frente do caiaque e para mim o mar nunca esteve tão revolto, e o caminho nunca foi tão longo. Me lembro vividamente do meu pai remando heroicamente para nos tirar de uma tempestade, que na verdade de tempestade não tinha nada, e era apenas um lindo dia em Santa Catarina. Paramos na Ilha para alguns momentos de descanso por ali, antes de tomarmos fôlego para voltar, dando boas risadas o tempo inteiro.
Vários anos depois, comecei a velejar e a explorar todo esse novo universo. Depois de um período intenso de dois anos de competições, troca de dupla e de barco, e claro nem sempre com resultados tão bons, me vi mais me desgastando com o esporte do que aproveitando o que ele tinha para me proporcionar. Foi aí, no início deste ano, que me juntei com um amigo de longa data para velejar. Tudo bem, havíamos nos unido para competir, mas o objetivo maior dessa nova parceria, e o que os dois precisavam naquele momento, era se reconectar com a essência do esporte: viver novas experiências e aproveitar cada uma delas ao máximo, evoluindo sempre não só como atletas, mas como pessoas.
Depois de uma longa jornada de ambos dentro da mesma flotilha, já estávamos todos em família. Eis que o campeonato em questão seria em Jurerê, em uma praia ao lado da que havia ido com minha família há anos. Chegamos com antecedência em Floripa para fazermos alguns dias de treino antes da competição. No dia que antecedeu o início do evento, ao invés de um treino comum, nos foi dada a tarefa de contornar a Ilha do Francês velejando. Só no caminho para lá que fui me dar conta de que era a mesma ilha a qual fui com meu pai, e me encheu de felicidade que o mesmo lugar estivesse me proporcionando experiências tão diferentes ao lado de pessoas tão importantes para mim, em momentos completamente diferentes da minha vida, enquanto eu aprendia muito sobre mim mesma e sobre o mundo ao meu redor. Porque, no final das contas, esse foi o campeonato que me trouxe a certeza de que sou apaixonada por velejar, reacendeu uma chama dentro de mim que queima até hoje e que assim seguirá por muitos anos.
Fotos do 1º Sul-Brasileiro de 29er, sediado em Jurerê, Junho de 2021.
Na 5ª foto, o nosso trajeto contornando a Ilha do Francês velejando.
Nesse mesmo ano, alguns meses depois, fui novamente a Florianópolis para o casamento do meu primo. Conforme fui crescendo, eu e meu pai achamos maneiras diferentes de nos conectar, todas elas ligadas a atividades ao ar livre que fazemos juntos. Nossa última invenção foi tentar aprender a velejar de Kite, tarefa que seguimos na luta pararealizar. Isso porque, nos últimos 7 anos, nosso hobbie preferido é remar de Stand-Up Paddle e contornar a Ilha do Batuta, em Ibiraquera-SC, onde passamos todos os verões, e o Kite surgiu como uma mera solução para os dias em que o vento nos impede de remar no mar, assim poderíamos sempre estar juntos na água em diferentes condições. Dito isso, e chegando novamente em Jurerê com as pranchas em cima do carro, nos veio a ideia de honrar nossa rota habitual de contornar uma ilha remando, e fomos de Stand-Up fazer o mesmo trajeto que fiz de barco a vela alguns meses antes: contornar a Ilha do Francês.
Uma de nossas remadas rumo à Ilha do Batuta, Ibiraquera, Santa Catarina
Estar no mar sempre traz sensações inexplicáveis. Eu sou dessas pessoas que gostam de acreditar que não existem coincidências, até porque se elas existissem muita coisa perderia a graça. Esses momentos me trazem reflexões únicas que hoje compartilho aqui com vocês. Fases completamente diferentes da minha vida, que apenas por eu ter passado por um mesmo lugar, de repente parecem conectadas, trazendo um sentido maior de se aproveitar cada instante como eles realmente são: únicos e cheios de significado, para qualquer um que queira enxergar.
"Trabalhem enquanto eles dormem""Estou esgotado, não consigo descansar""Ser produtivo é primordial""Me sinto culpado quando não estou produzindo""Metas, metas e mais metas..."
Estamos todos no mesmo barco
É viável continuar suportando uma organização do trabalho que sempre se traduz em redução da qualidade de vida e aumento ansiedade?
Os altos níveis de estresse e o cansaço mental são sinais de alerta. Algo precisa mudar!
A pandemia, apesar de seus desafios, trouxe à tona uma nova percepção: outra vida profissional —mais generosa com nossa saúde física e mental— é possível. Começamos a entender que o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal não é apenas desejável, mas necessário. Então,
Como encontrar esse equilíbrio em um mundo que nos força a acreditar que tudo é prioridade e nos instiga a estar constantemente ansiosos?
A verdade é que, se tudo é urgente, nada realmente é. Então, bora redefinir o que é importante para nós? Aprender -errar e tentar de novo- a distinguir entre o que realmente merece nossa atenção e o que pode esperar.
A ansiedade é o mal do século. Milhares de pessoas sentem ela em excesso, e a “caixinha anti ansiedade” que acompanha o seu pedido, traz perguntas que esperamos te ajudar a questionar seu modo de vida, hábitos e atitudes, facilitando o autoconhecimento e contribuindo para que você reflita sobre a ansiedade.
Não existe uma fórmula mágica, nem receita de bolo; cada um de nós vai aos poucos redescobrindo o que funciona melhor para sua vida e bem-estar. Mas existem atalhos, que podem te auxiliar no trajeto e acalmar os ânimos para uma vida mais leve.
Queremos inspirar você a refletir: Como podemos, juntos, construir uma vida que nos traga de volta para nós mesmos, que respeite nossas necessidades e que valorize nossa saúde?
Adquirir hábitos saudáveis em um mundo acelerado e repleto de exaustão é desafiador, mas é possível.
Que esta ação, pensada com muito cuidado, seja um convite para repensar, reorganizar e, acima de tudo, cuidar de si mesmo. Afinal, há tanta vida lá fora... Estamos no mesmo barco, mas e se escolhermos dar um mergulho no novo juntos?
Trocar experiências sobre ansiedade faz com que essa emoção não seja sentida em excesso. Converse, questione e compartilhe sobre esse assunto! 🙂
Por Luiza Baumg | 10 min de leitura
Uma viagem para comer, caminhar e se encantar (perdão a breguice do começo, mas impossível evitar o trocadilho, quando a primeira frase começou com: uma viagem…).
Mas de fato, esta é uma viagem de muitos prazeres, descobertas e encontros, seja com a natureza exuberante, com as comidas maravilhosas, ou com nossos “limites”. Digo isso porque a natureza encanta, mas também “maltrata” quando estamos expostas(os) a tantos intempéries e auto exigências de performance.
Já aproveito para dar a primeira dica: protetor solar e hidratante para corpo e rosto. Para a boca, vaselina ou aquelas pomadas mais gordurosas (sem propagandas por aqui né), são essenciais. O sol é forte, a neve reflete - e queima tanto quanto o sol - e o vento… bom, este não para nunca e agride um tanto.
Calma, não se assusta, é um lugar extremo que demanda cuidados, mas não é nada de outro mundo, tá?! Os paraísos também tem suas questões.
Voltando ao contexto, eu amo viajar, mas esta viagem nunca esteve no meu top 5, embora devesse. Agora que fui, só quero voltar e conhecer os lugares e trilhas que “ficaram para a próxima".
O que me levou até lá? Meu pai. A Patagônia não permeava os meus sonhos, mas os dele, que em dezembro completava 70 anos. Para celebrar, decidimos nos jogar nesta aventura: ele, minha irmã, eu e é claro, a Allcatrazes, nossa fiel escudeira.
É importante dizer que somos pessoas de um turismo, menos turístico, gostamos de vivenciar a cultura local e realizar passeios menos engessados, onde nós escolhemos o tempo que dedicamos para cada coisa, então nossas decisões e períodos em cada lugar tem muita conexão com isso.
Agora vamos ao que você veio buscar aqui: o roteiro e as informações que temos para quem quer viver esta experiência apaixonante, mas está com dificuldade de achar informações.
Primeira coisa, qual a melhor época?
Indico ir no verão, entre setembro e maio. Nós fomos no começo de dezembro e foi ótimo!
Porém, isso é muito relativo e depende do que você está buscando, no inverno (de maio a agosto) a neve toma conta da região, o que acaba inviabilizando muitas das atividades. Já no verão, fica nos cumes, fazendo com que todos os passeios estejam disponíveis, mas o contato com a neve não seja tão direto. Nós tivemos sorte e mesmo no verão, conseguimos desfrutar muito dela.
Nosso roteiro - visão geral:
Saímos de lugares diferentes e nos encontramos em Buenos Aires. De lá, voamos juntos para o aeroporto internacional de El Calafate.
Do aeroporto de El Calafate ao centro da cidade são 24,1km (entre 28min e 40min dependendo do transporte utilizado). Nossa escolha foi o táxi, queríamos mais conforto pro nosso pai e já tínhamos uma taxista nos esperando no estacionamento. Preço: AR$12.000.
De El Calafate partimos de ônibus para El Chaltén: 211,2km (aproximadamente 3hrs de viagem), por AR$30.000,00 p/ pessoa. A compra foi realizada na rodoviária direto no guichê da companhia, nós escolhemos a viação Chaltén Travel.
*Não alugamos carro porque a cidade é muito pequena e as trilhas saem de dentro dela ou de locais facilmente acessíveis de táxi. Alugar carro seria mais caro e desnecessário.
Por mais AR$30.000,00 por pessoa, voltamos de ônibus direto de El Chaltén para o Aeroporto Internacional de El Calafate, onde pegamos nosso voo com destino ao Ushuaia.
O Ushuaia foi um lugar que nos surpreendeu positivamente. Uma cidade bem grande, diferente das anteriores, onde também teríamos ficado mais, para ter mais contato com a cultura local, velejar e desbravar arredores menos turísticos da cidade.
Nos despedimos da Patagônia em um voo direto do Ushuaia para Buenos Aires. É bem comum os voos por lá atrasarem, o nosso atrasou 3h. Então, se der, evite conexões apertadas e não viaje com o tempo contado.
Dicas gerais:
Beba água
O clima por lá é muito específico, com uma variação grande de temperatura. As trilhas são longas, tem muito vento e exigem bastante do corpo. Se manter hidratado e com a garganta úmida é essencial para evitar resfriados e incômodos.
Tenha uma mochila/mala com roupas de verão e inverno
Peças funcionais, que possam ser sobrepostas. Pelas fotos podem ver que é quente e frio, ensolarado e nublado, seco e chuvoso, tudo ao mesmo tempo. Lá se vive muitos climas em um dia só e nos passeios de barco ainda há a calefação interna contrapondo com o frio externo. Esteja preparado.
Golas e mantas são muito úteis
Além de aquecer o pescoço e bloquear a entrada de vento, elas ajudam a proteger as vias aéreas do vento frio.
Leve petiscos e lanches para as trilhas
Todos os dias passávamos na padaria e na fiambreria para comprar os insumos e lanches do dia seguinte. Sempre tínhamos castanhas e frutos secos para comer em deslocamento e sanduíches, biscoitos e “facturas” para os piqueniques do caminho. As trilhas são longas e exigem baste do corpo, se manter alimentado faz toda a diferença.
Wikiloc
Um aplicativo de trilhas no mundo todo que não desconecta pela falta de internet. Ele é um GPS com localização por satélite, então é possível baixar as rotas no wi-fi ou 3G e se guiar por ela mesmo depois de o sinal acabar.
Agora sim, vamos os detalhes de cada lugar:
El Calafate é uma cidade nascida a partir do turismo, o centro é pequeno, com muitos restaurantes, bares, pubs, lojas de chocolate, souvenirs, alguns mercados e muitas agências de turismo. Ficamos lá 4 dias e foi suficiente. Em um turno foi possível conhecer toda a cidade, inclusive a parte alta e nova (onde está a rodoviária) que oferece uma vista superior do centro.
A maioria dos passeios, de embarcação à caminhada nas passarelas e praias, é dentro do Parque Nacional Los Glaciares, extenso e com diferentes entradas. A boa noticia é que o ingresso é diário, o primeiro dia com valor integral (AR$ 12.000,00) e o segundo de valor parcial (AR$ 6.000,00) sendo o segundo acesso realizado até 48h após o primeiro.
*Preços em dez. de 2023.
Fizemos todos os deslocamentos para os passeios com a mesma taxista que nos pegou no aeroporto, ela era um amor. Fazendo assim, conseguimos um “pacote” mais em conta que os transfers das agências e com mais liberdade.
Passeios:
Safari Azul (https://hieloyaventura.com/pt)
A Hielo y Aventura é única companhia que tem autorização para realizar os passeios no parque Perito Moreno, então a dica é: compre diretamente com eles. Assim, você economiza pagando apenas o passeio, sem a porcentagem da venda intermediária.
O Safari azul é um passeio de meio turno, sem limite de idade, que contempla navegação pela costa sul do Glaciar Perito Moreno e caminhada pela sua margem. Queríamos muito fazer algum dos Minitrekkings oferecidos por eles, com caminha por cima do Glaciar, mas este é um passeio com limite de idade de 65 anos e como contei, meu pai estava fazendo 70.
O passeio foi incrível. Ver tudo tão de perto e de alguma maneira integrar aquela paisagem é indescritível. Voltamos a ser criança, comemos gelo, posamos para fotos segurando blocos, nos emocionamos e brindamos com licor de calafate (fruto local que deu nome a cidade) e whisky, tudo com gelo do próprio glaciar.
Crucero Glaciares Gourmet (https://www.crucerosmarpatag.com/pt/)
Passeio de dia inteiro com navegação pelo Lago Argentino, costa norte do Glaciar Perito Moreno, Baia Escuadra, canal Upsala e de los Tempanos, com vista dos glaciares Seco, Heim, Spegazzini, Upsala e Bertacchi, além de uma visita e breve caminhada pelo Puesto de las Vacas.
Lindo, lindo, lindo.
O passeio tem opção de alimentação inclusa ou não, nós preferimos levar nossa própria comida e garrafas de vinho. O que foi um grande acerto, o lanche do pacote com alimentação me pareceu bem fraco.
Passarelas Parque Nacional Los Glaciares
No mesmo dia do Safari Azul (passeio de meio turno), decidimos aproveitar e desbravar as passarelas do parque. O passeio de barco finaliza em um dos acessos à elas, então marcamos com a nossa taxista que nos buscasse no mirador/praia Cañal de los Tempanos 3h30min após a finalização do passeio de barco.
*O sinal de telefone por lá é muito ruim, por isso é importante marcar bem certinho lugares e horários de encontro.
Eu simplesmente amei as passarelas, difícil escolher um “passeio” preferido, mas para quem quer economizar, elas são uma ótima pedida! A passarela que leva até a praia - nosso ponto de encontro - é a amarela. Para nós, o caminho mais bonito!
As paisagens são encantadoras, vão de um lado a outro do Perito Moreno e tem sinalização é muito bem feita, com mapas por todo caminho e muitos estrondos e pausas na tentativa de visualizar os glaciares despencando, um fenômeno impressionante e viciante.
Restaurantes:
Isabel Comida de Disco
Nossa paixão nesta viagem, ainda lembro do sabor de cada prato. Preço justo e comida surreal. Em El Calafate demos preferência às carnes e legumes.
Dica: Os discos de Cordeiro e Guanaco são deliciosos. Um deles com empanadas de entrada, por exemplo, serviu muito bem nós três, que somos muito bons de garfo.
Parrilla Mi Viejo
Um restaurante mais carinho, mas com uma experiência incrível e a carne simplesmente deliciosa!
Por ser um restaurante bem desejado, é necessário fazer reserva.
PUB Patagônia cerveja
Um choppinho pós passeios tem seu valor e a casa oferece uma variedade gigante e deliciosa deles.
Padaria Don Luís
Sim, eu sou uma apaixonada por padarias e essa era uma delícia e em conta. Tudo que comemos de lá foi bom, as “facturas” principalmente. Lá também era um bom lugar de trocar dinheiro.
Puerto de Frutos
Chocolataria onde comprávamos chocolate (óbvio) e trocávamos dinheiro todo final de dia, melhor câmbio que achamos por lá.
Ficamos 6 dias lá e ficaríamos muito mais, sei nem explicar a beleza. A cidade é um amor, entre cadeias de montanhas nevadas. Apaixonante, muito turística, mas com população local acolhedora e passeios, em sua maioria, autoguiados e sem custo. Mas se você quiser, pode contratar passeios guiados e com estrutura. El Chalten agrada todos os gostos!
A central de informações fica na rodoviária (por onde chegamos). Lá eles dão dicas e o mapa impresso da cidade e das rotas com descrição do nível de dificuldade (acredite, onde diz que é difícil, é difícil mesmo).
Sinal de telefone e 4G só na cidade. Por isso nossa dica é: utilizem aplicativos que não dependam de internet para auxiliar e, se possível, tenham algum sistema de rádio para pedir auxílio, caso seja necessário.
Trilhas:
Laguna de Los Tres (Dificuldade alta)
Optamos por um trajeto que começava fora da cidade e finalizava no centro. Por isso, pegamos um taxi da nossa casa até Rio Electrico (AR$40.000,00), de lá seguimos caminhando pela margem do Rio Branco, passando pelo Mirante Piedras Blancas e seguindo até a Laguna de los Tres.
Durante todo o caminho abastecemos as garrafas e tomamos água do degelo diretamente da fonte. Realmente esta água é diferenciada.
Uma trilha 90% de boas, mas aqueles 10% finais, hardcore. Tivemos que controlar nossa ansiedade e medo. A parte de final da trilha é muito complexa, pedras soltas, caminho muito íngreme e irregular (vimos algumas pessoas se machucando).
Caminhamos junto e passamos pelas mais variadas pessoas, idades e condições físicas, com as mais diversas motivações para estar lá, cada uma enfrentando a si mesmo, embaladas por uma natureza exuberante que preenche, impacta, conecta e motiva.
Lindo é pouco, difícil descrever a beleza e os sentimentos deste caminho.
Na chegada ao cume, emoção, nosso pai aos 70 chegou lá - driblou as dificuldades e distância, e ainda tocou na neve pela primeira vez. Uma imensidão desfrutada a cada segundo, com boas pausas de contemplação.
Na volta fizemos o trajeto da Laguna Capri que nos levou direto ao centro da cidade. Um dia de muitas belezas e caminhada que totalizou 11h (ida e volta) de percurso.
Acabamos exaustos, mas extremamente felizes.
Cañadon del Rio de las Vueltas, Mirador de Los Cóndores y de Las Águilas (Dificuldade baixa)
Neste dia alugamos bicicletas (AR$ 10.000,00 por bicicleta), já que os destinos eram “desvios" na estrada. E que sábia decisão. Principalmente na ida, com vento à favor.
Um dia incrível, sensação de liberdade máxima, paisagens empolgantes, muita força nas coxas e inúmeras pausas para fotos e observação.
Esse foi o dia que o véio se vingou e consagrou. Acostumado a pedalar seus 70km por esporte, nos humilhou, principalmente no contravento.
Fomos primeiro ao destino mais distante o Cañadon del Rio de las Vueltas (6,3km do Centro), este acesso não é sinalizado, então é importante ficar atento à quilometragem. A entrada é um deslocamento de cerca, para evitar a passagem de bichos, a esquerda de quem pedala de El Chaltén sentido El Calafate.
Especial demais e pouquíssimo conhecido.
Na volta fizemos as trilhas dos Miradores de Los Condores e de Las Águilas, à direita de quem está chegando a El Chaltén, bem na entrada da cidade, antes da ponte, em uma das primeiras construções aparentes. Não tem erro. As rotas são sinalizadas e contam a história e simbologia das aves e do lugar. É muito legal, fácil e com vistas encantadoras!
Torre - Mirador del Torre, Laguna Torre y Mirador Maestri (Dificuldade media e alta)
A trilha sai direto do centro da cidade, mas neste dia nosso pai não foi, pois estava doente.
Uma trilha que nos fez sentir muito o poder da natureza, encontramos rios e quedas d’água pelo caminho que não pareciam reais de tão lindas, vimos a água mudar de cor pela ação do vento que misturava o sedimento rochoso à ela e sentimos a força do vento com rajadas que nos empurravam e demandavam muita força para caminhar e nos manter na trilha.
A margem da laguna é cheia de “ninhos”, barreiras de galhos para proteger do vento, só assim para conseguirmos desfrutar da paisagem, descansar e fazer um lanchinho.
Depois do descanso seguimos para o Mirador Maestri, parte mais complexa do caminho, mas que vale cada pedrinha solta e luta com o vento, que imensidão, que força e, para variar, que lindeza!
Restaurantes:
Rancho Grande
Muito gostoso e honesto. As comidas muito saborosas e bem servidas com um preço excelente. Essa é uma viagem que se gasta bastante, então quando descobrimos este lugar, não largamos mais. Obs: ele é 24h.
Oveja Negra
Restaurante de Parrilla, uma delícia e muito bem servido. Os riñones com molho ganharam meu coração.
Maffia
Restaurante de massas surreal de bom, não é barato, mas vale cada centavo. A dica: Ravioli de cordeiro. Importante fazer reserva, ele está sempre lotado.
Chegamos ao destino final, banhado em águas azuis. A Terra de Fogo. Ou, o Fim do Mundo.
A cidade é grande, muitas pessoas, lojas, restaurantes, museus e etc. Nós não somos muito das compras, então nos dedicamos aos passeios e à descoberta da cidade. E que cidade linda. Uma ilha, cercada de canais, barcos e cadeias de montanhas.
No porto está o centro de informação turísticas e as agências de passeio. Indico ir até o centro de informações, porque eles tem indicação para todos os tipos de turismo e objetivos de passeio, além de deixarem os carimbos da aduana local à disposição para estamparmos passaporte, tiquet de viagem e etc.
Passeios:
Museu Marítimo do Ushuaia e Presídio Militar (https://museomaritimo.com/)
Um passeio muito interessantes para se aprofundar na história e entender mais sobre a importância da região. São quatro museus e uma galeria de arte local inseridos na construção mais emblemática do Ushuaia: La Cárcel Del Fin Del Mundo.
Os museus são preparados para visitas autoguiadas, com QR codes onde podemos ouvir a história em português, espanhol e inglês. Eles também disponibilizam visitas guiadas, inclusas no preço da entrada, que acontecem 2 vezes ao dia (um horário pela manhã e outro a tarde).
Excursão Marítima Canal Beagle | Pinguinera
Navegar pelo Beagle era uma sonho meu, não foi de veleiro, mas assim agradamos aos 3. Optamos por fazer apenas um passeio de barco, e foi por isso que escolhemos a rota da Pinguinera, ela passava por todos os pontos que queríamos conhecer.
Nós não quisemos descer na ilha, por isso optamos pelo passeio da Tolkeyen Patagonia Turismo e eles foram os que melhor atenderam nossa demanda.
Duração do passeio: 5hRota: navegação pelo Canal Beagle, saindo e chegando do Porto da cidade, com passagem pelas Ilhas Bridges, dos Lobos, dos Pássaros, Farol Les Éclaireurs e Pinguinera.
*Preço em dez. de 2023: AR$ 28.000,00 por pessoa.
Parque Nacional Tierra Del Fuego (https://turismoushuaia.com/zonas/parque-nacional/?lang=pt_BR)
Preço do ingresso por pessoa: AR$ 12.000,00 (dez. 23)Segundo dia consecutivo fica metade do preço.
Que lugar incrível! É possível fazer ele todo de carro, mas sinceramente, as caminhadas e trilhas fazem tudo mais especial. De carro vamos pelas estradas e perdemos toda a maravilha da costa. Muitas cores, texturas, silêncio e reflexão. Nós não imaginávamos que seria tão incrível, então acabamos dedicando pouco tempo. Eu acredito que para desfrutá-lo como ele merece, o ideal é dedicar uns dois dias.
Parada indispensável: o Correo Del fim Del Mundo.
O correio mais remoto do mundo, impossível não sentar e escrever postais para nós mesmos e para as pessoas que amamos. Tão emocionante quanto escrever, foi recebê-los em nossas casas 3 meses depois.
Não indico: Tren del fin del Mundo (Achei fraco… mas né, isso para o meu tipo de turismo).
Dica importante: Marque certinho o lugar e horário onde o taxi ou qualquer outro transporte vai te buscar, o parque não tem sinal de telefone ou internet, nem wi-fi nas cafeterias, que por sua vez, fecham às 17h. Passamos por momentos complicados neste quesito, mas deu tudo certo.
Laguna Esmeralda e Laguna Turquesa
Indispensáveis. Elas ficam nos arredores da cidade e as trilhas iniciam na estrada, uma em seguida da outra.
Combinamos com o nosso taxista que ele nos levaria até a entrada da trilha mais distante (Laguna Esmeralda) e que depois de fazê-la iriamos caminhando até a Laguna Turquesa.
Nós acabamos fazendo apenas a trilha para a Laguna Esmeralda, pois a da Turquesa era muito íngreme e como tinha chovido muito nos dias anteriores ela estava escorregadia e perigosa demais para o nosso pai.
A Laguna Esmeralda é um lugar surreal de lindo, da própria laguna aos caminhos que levam até ela. Tudo parece ter saído de uma obra de arte, pensada e pintada detalhadamente pela natureza. Lugares muito diferentes um do outro e que, justamente por isso, fazem dela tão envolvente e apaixonante.
Cascata Velo de la Novia
Uma parada inesperada no retorno à cidade. Nosso taxista gosta muito do lugar e decidiu nos apresentar. Digamos que o caminho que escolhemos (mais curto) foi uma experiência inenarrável: dois senhores, um ajudando o outro com um cajado de madeira, pendurados em raizes de árvore à beira de um precipício. Mas deu tudo certo, o lugar é lindo e poder entrar atrás da queda d’água sem precisar se banhar na cachoeira foi muito gostoso.
Lugares que queríamos muito ir, mas não foi possível por limitação de idade e tempo (valem um google):
Ojo del Albino - (uma ideia de passeio: piratour.net/producto/tekking-glaciar-ojo-del-albino/)
Cuevas de Jimbo - indicado guia, por ser um lugar de alto risco.
Restaurantes:
Tia Elvira
As melhores empanadas da viagem, fritas, assadas, de cordeiro, frutos do mar, legumes… acompanhadas de uma cervejinha local e em uma esquina delícia da cidade, frequentado por pessoas de lá e apaixonante.
La Cantina de Freddy
Dica do dono do nosso taxista, este foi o restaurante que escolhemos para provar a famosa Centolla. Um prato típico da região oferecido por muitos restaurantes. Nós fugimos dos mais turísticos (ouvimos muitas histórias de comer um prato e pagar por outro) e adoramos jeitinho “taberna” deles. A experiência foi incrível e a conta salgadinha (já sabíamos que seria assim). E tudo bem né, não voltaremos lá tão cedo e este era um desejo.
Isabel Comida de Disco
Nossa queridinho voltou. Na sede do Ushuaia foi a vez dos frutos do mar obviamente. O nosso disco preferido: massa com frutos do mar. Ficamos muito bem servidos com entrada mais um disco (e a garrafa de vinho de sempre).
O que é motivação? De onde ela vem? Essas são perguntas importantes que precisamos responder para entender como essa força poderosa pode nos ajudar a alcançar nossos objetivos, superar obstáculos e seguir em frente, mesmo quando as coisas ficam difíceis. A motivação pode parecer algo abstrato, mas na verdade, ela está profundamente enraizada em nossos pensamentos, emoções e comportamentos.